"Se quisermos modificar algum coisa, é pelas crianças que devemos começar." (Ayrton Senna)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Métodos para a aprendizagem da leitura e da conseqüente escritura

Basicamente, a lingüística apresenta-nos dois métodos. O primeiro, fruto da escola tradicional, permaneceu em nossos educandários como dono da verdade e irrefutável até quase a década de oitenta quando começam a surgir os estudos da lingüística moderna e as reflexões psicogenéticas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985). Este método caracterizado pelas famosas cartilhas, sendo chamado de modelo sintético, por partir do fonema para os textos, ou seja, apoiando-se em realidades desprovidas de significado para o aprendente, mas que mecanicamente fazia-o chegar a uma unidade mais inteligível que seria a palavra. O outro método, esse apresentado por Paulo Freire e pela própria Emília Ferreiro que, numa primeira fase, apresenta o modelo sintético na aquisição dos vários níveis de escrita (níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e, finalmente o alfabético), mas que também, demonstra a importância do método analítico-global que parte do texto para o fonema, fazendo, assim, o sentido inverso. Aqui, o aluno aprende primeiro uma série de palavras providas de significados para ele e, somente depois, parte para a associação entre os sons e suas partes, podendo, ainda, serem apresentados textos inteiros em que o professor lê para os alunos os quais acompanham a leitura com o mesmo texto, tentando familiarizar-se com a linguagem escrita. A partir desse contato lingüístico vão aprendendo palavras, seguidas das sílabas, fonemas e grafemas. Assim vemos, que a figura do professor e sua prática pedagógica é de fundamental importância para o sucesso do método. Ele deverá está sempre lendo, ou melhor, interpretando (dando ênfase aos suprasegmentos), sempre acompanhado pela classe que deverá ser motivada a se portar numa atitude de escuta. Esses alunos serão, ainda, motivados a escreverem, copiando textos com base em uma situação pré-existente, por exemplo, poderão ouvir poemas e recomporem os mesmos através de cópias ou colagem, em seus cadernos de poemas favoritos; o mesmo poderá acontecer com os vários gêneros textuais em uso na sociedade. As leituras em voz alta por parte dos estudantes poderão ser substituídas por encenações de situações que foram desenhadas e ilustradas a partir do texto interpretado pelo professor. Assim, mesmo sem ainda, a presença do código formal, que na maioria das vezes, só é decodificado como se fosse um verdadeiro ato de leitura, o aluno entende o texto como processo de produção de sentido.

São essas práticas de ensino da leitura e da escrita, que a história conheceu: dois métodos que desejam chegar ao mesmo objetivo: a fluência da leitura e da escritura. Para nossos dias, devido a globalização e o grande fluxo de textos que circulam, sobretudo nos meios urbanos, cremos que a prática do modelo global seja mais efetiva para uma aquisição de leitura e escrita que leve o aluno a fazer interpretações e inferências mais críticas e, conseqüentemente, ao desejo de transformar o seu contexto social.

Esse tipo de ensino tem se mostrado bem mais eficaz e efetivo, já que leva os aprendentes a aprenderem a partir de textos reais, e com sentido.

Conforme (Lira, 2006, p 130)
parte de um artigo do prof. Msc Francisco Edson Garcês Carneiro Lira

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